terça-feira, 5 de julho de 2011

TUDO JUNTO E MISTURADO


Tudo junto e misturado
Cecilia Ferreira

 
Família-Escola-Livros-Educação! Tudo junto e misturado graças aos bons educadores, soberanos (embora sejam cada vez menos os corajosos a quem se dá voz e espaço) e às famílias ainda producentes pelas cidades deste Brasil. Araçatuba não difere, pois é de seus direitos que sobrevive o homem.

Saiu o livro “Introdução ao Ordenamento Jurídico”, do professor, Mestre em Direito Processual Civil, e doutorando em filosofia do Direito pela PUC de São Paulo, Fernando Rister de Sousa Lima.

No diálogo, entre Norberto Bobbio e a Doutrina Brasileira que Fernando faz travar, a obra, de alta consistência teórica, serve aos iniciados em Teoria Geral do Direito, Filosofia e Sociologia do Direito. Se esta é uma cidade que cresce todos os dias nas questões Legais, efervescente em suas Faculdades e Centros Universitários, e, tomara mais ainda, no estudo das Doutrinas Jurídicas, é porque bons advogados aqui têm fixado suas vidas, escritórios, e anseios.

Fernando (professor na PUC e no Unitoledo) nos apresenta uma literatura tão específica quanto relevante. O advogado, por trás da literatura, visa a evolução do Direito do Homem baseado na defesa, manutenção e valorização do ensino de conquistas intelectuais passadas. Louvável, já que não há como subir uma escada desprezando dezenas de degraus. O cérebro, essa máquina fantástica, pode sim saltar níveis, mas precisa sabê-los, vislumbrá-los, para calcular distâncias e riscos que o abandono de tais patamares possa acarretar para os profissionais do mundo jurídico, e, consequentemente para os clientes.

Nos últimos anos parece haver um esforço em fazer-se pouco de quem lê e estuda. Tentativa de idiotizar a classe pensante? A facilitação do acesso a cargos diretores dos rumos deste país aos ignorantes e despreparados seria forma de ampliar influências aproveitando-se de sua inocência, bondade e pouca compreensão intelectual? Ou simples desejo de inibir a vontade da juventude intelectualmente capaz?

“Estudar pra quê? Se quem ganha mais é quem estuda menos? Se os mais altos cargos independem do saber?”, talvez pensem. Acha que essa mensagem não tem sido passada? Quem não têm competência para ver o que estão fazendo deste país, não deveria estar em posição de poder influenciá-lo. Não há país, ou indústria, ou empresa, que privilegie contratar o despreparado. Hã... Correção: há país, ao menos um, mas não há indústria ou empresa, nem mesmo uma que não exija formação adequada.

Ensino sucateado, escolas prontas à espera do início do longínquo horário eleitoral para serem inauguradas, direitos e salários dos professores reduzidos, liberdades infantis aumentadas, acesso às drogas facilitado. E se gerenciar e organizar não é para qualquer um, educar muito menos! Ou a incompetência é tanta que não se enxerga que a vontade de exterminar o desenvolvimento das mentes brilhantes anda por aí com a altivez de coisa correta?

Pense no que tem sido promovido na vida privada e nas liberdades individuais do homem brasileiro. Só pessoas instruídas são capazes de enxergar, e unidas se opor às inversões de valores e às invasões sistemáticas.

E se a união é conquista rara, quem é capaz se expõe orgulhoso de si. Flávio Zani Gonçalves, um jovem jornalista, repórter atuante no telejornalismo araçatubense, é produto de boa família, professores e escolas. Ideais corretos lhe foram ensinados. A força de vontade, claro, nasceu com ele. A valorização dessa soma foi garantida por pessoas que antes dele receberam esses ensinamentos de outros também valorosos.

Flávio escreveu O Poderoso Arlequim, produto de pesquisa e dedicação. E acaba de lançá-lo. O romance, esforço e fé na conquista do sonho, vale a leitura.

É questão de repetir: É de seus direitos que sobrevive o homem. Que venham muitos bons escritores. E que se lembrem de valorizar as instituições que nos mantêm fortes, em família, com fé nos bons preceitos morais e éticos, e gratidão aos bons educadores.

Cecilia Ferreira é jornalista e escritora, membro da UBE (União Brasileira de Escritores) e da AAL (Academia Araçatubense de Letras).

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