quinta-feira, 7 de julho de 2011

Flip – Paraty 2011 – glamour da literatura




Hélio Consolaro

Paraty é uma cidade bem provinciana. Aos meus olhos isso é um charme. A vida, por aqui, corre devagar. Em julho, o turismo de veraneio é substituído pelo turismo cultural. Depois de 12 horas de viagem em ônibus, chegamos. Não sei qual cidade fica mais longe, se Paraty ou Araçatuba. Viajar em turma é bem mais animado, as recordações serão mais agradáveis.

Um secretário da Cultura, que se preze, precisa visitar tais eventos, ver como são organizados, aproveitar ideias. E, acima de tudo, ficar conectado ao mundo onde atua. Também, participar do evento é um enriquecimento pessoal.

Estou hospedado, juntamente com a turma, na Othon Pousada Villa del Sol. Hospedagem prazerosa, tudo muito bem cuidado. O café da manhã feito para encher os olhos, porque o estômago está controlado. Depois de certa idade, se faz necessário comer pouco. Queria um café desse, farto, quando fora menino pobre, com aquela gulodice carente.

As conferências de abertura já valeram a longa viagem. Ouvir Antônio Cândido com tanta vitalidade e lucidez aos 93 anos é um prêmio, não sei se para ele, mas para nós, com certeza. Conhecer Oswald de Andrade mais um pouco com seu depoimento, pois Cândido conviveu com o escritor modernista.

Depois, houve o show de Elza Soares com José Miguel Wisnik. Para Tito Damazo, "o espetáculo foi artístico e literário, ímpar. José Miguel é um profissional de versatilidade incomum, pois consegue ser professor, letrista, músico, cantor de qualidade. Fazendo tudo muito bem. Sua voz é bem parecida com a de Caetano. A participação de Celso Sim foi ótima, uma mistura de Ney Matogrosso e Cazuza. Elza Soares marcou presença, engrandeceu a abertura com sua figura, pois estava em convalescença, cantou sentada, deu glamour ao show, sendo reverenciada pelos artistas do palco e pelo público. Um show de versões diferentes".

Há muitas atividades paralelas, como a Folha de São Paulo que trará na quinta-feira o grande poeta, brasileiro, Ferreira Gullar. A Fundação da Biblioteca Nacional promoverá uma discussão sobre as bibliotecas públicas hoje, 7/7, à tarde.

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da UBE, núcleo de Araçatuba-SP

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