terça-feira, 12 de julho de 2011

ESCADAS

Ana de Almeida Santos Zaher*



Desde quando nascemos, a regra já existe, e querendo ou não, nós a seguiremos, não tem outra saída, não tem atalhos.

Terá sim uma montanha, na qual encontrará muitas escadas com vários degraus para você escolher, consciente que subira com cautela e caminhando.

Alguns na ânsia de chegar, se atrevem a correr. Mas existem coisas e fatos que realmente tem seu tempo. Como as flores, os frutos... E como nós humanos, que demora nove meses para nascer. E quando algo acontece antecipando o nascimento, choca a natureza.

Na vida, iniciando os nossos primeiros passos, a escalada sem rumo já começou. E assim seguimos de acordo, no caminho que nos foi mostrado.

Mas nada é eterno, não podemos mudar de vida, mas insatisfeitos sempre damos um jeitinho, e mudamos o percurso.

Chega-se o tempo do discernimento, nos sentimos presos e acorrentados, cresce o ego... E voamos em busca da liberdade.

Nos altos e baixos que acompanha a caminhada, não se pode pisar em falso, não há proteção.

Todos os atos e ações são registrados, em muitas mentes serão guardados, só serão extintos com a morte. Assim mesmo corremos o risco dos arquivos virem á tona, de alguma maneira.

Como as escadas, vamos nos deparar com degraus de tamanhos e espessuras diferentes. Subindo ou descendo o morro. A concentração será fundamental para chegar ao topo, sem algum aranhão.

Tarefa destinada a cada um, quase impossível, não há vitória sem luta, e não tem sabor chegar ileso, e não ter provado tudo. A questão é não fugir dos espinhos, e sim encontrar uma forma de passar por eles, com poucos ferimentos.

Diante das circunstâncias, viver é um risco e ser feliz é bom demais.

O medo de passar embaixo de escadas ainda existe e em grande número.

E olha que a queda não causaria muitos danos.

Observando o mundo que não para de girar. Vejo com muito pesar, que as pessoas se cansam com muita facilidade, desistem cedo.

A vida é cheia de surpresas, e alguns seres acabam seus dias, lamentando... Arrependidos por não ter tido a coragem necessária de pegar seu prêmio.

Não precisa ser um gênio, nem ter uma bola de cristal. Basta ser corajoso e tentar.

Sempre acreditar que obstáculos no alto ou embaixo vão existir em todos os momentos.

Agora, decisão que cabe aos interessados, ultrapassar, chegar ao último degrau e abrir as cortinas... E conferir que o que é seu, estava guardado e só seria entregue em suas mãos.

A liberdade escondida na caverna, como as rosas cercadas por espinhos.

Percebo que podemos mudar o pensamento, não deixar de ter medo, mas buscar o equilíbrio. Para não perdemos a beleza , o tesouro, a glória.

Que esta distante, mas ao nosso alcance.





Ana de Almeida Santos Zaher é escritora e membro da UBE (União Brasileira de Escritores)

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